Fernando Pessoa, foi também um defensor da Arte Real. Em 04 de Fevereiro de 1935, publicou no jornal "Diário de Lisboa", um artigo muito instrutivo e ao mesmo tempo provocador para a sua época intitulado "As Associações Secretas - Análise Serena e Minuciosa a um Projeto de Lei apresentado ao Parlamento", quando de sua primeira edição , neste trabalho Fernando Pessoa realizou a defesa do direito de existência e de atuação das associações que eram tidas como secretas. Em especial procurou defender o direito de existência e esclareceu bastante a atuação da Maçonaria ao longo do tempo, tanto em Portugal como no restante do Mundo, procurou também estabelecer os laços de fraternidade que mantém unidos todos os seus membros pelo mundo afora através dos tempos.Usando as suas muitas habilidades superiormente desenvolvidas de escritor, aliadas à sua incomum inteligência, seu finíssimo e refinado humor somadas a uma intencional e sutil ironia, Fernando Pessoa desfiou pelas linhas e parágrafos do artigo, uma série de argumentos racionais contra a aprovação da já referida lei. Ao mesmo tempo em que procurava sempre repassar importantes informações sobre a Maçonaria, os seus princípios e a sua importância. Fernando Pessoa faz ainda ataques, alguns deles sutis outros muito diretos e objetivos à chamada antimaçonaria e aos seus representantes. Fernando Pessoa destaca dentro da anti-maçonaria a ignorância , que é cultivada sobre os assuntos relacionados a Maçonaria, como o fator que liga profundamente aqueles que agem como anti-maçons e se consideram os combates de uma Cruzada sagrada contra a Maçonaria e o universo dos maçons. É dentro deste rol de pseudos e sagrados combatentes da Maçonaria e defensores da fé cristã, que Fernando Pessoa coloca o deputado José Cabral, já referido como o autor do projeto de proibição e combate as sociedades e associações secretas
depois o paradoxo...
"(...) Não sou maçom, nem pertenço a qualquer outra Ordem semelhante ou diferente. Não sou, porém, antimaçon, pois o que sei do assunto me leva a ter uma idéia absolutamente favorável da Ordem Maçônica. A estas duas circunstâncias, que em certo modo me habilitam a poder ser imparcial na matéria, acresce a de que, por virtude de certos estudos meus, cuja natureza confina com a parte oculta da Maçonaria - parte que nada tem de político ou social -, fui necessariamente levado a estudar também esse assunto - assunto muito belo, mas muito difícil, sobretudo para quem o estuda de fora (...)" (PESSOA)