quarta-feira, 21 de abril de 2010
O Calendário
Todos os calendários tem como base os movimentos aparentes dos dois astros mais brilhantes da abóbada celeste, na perspectiva de quem se encontra na Terra - o Sol e a Lua - para determinar as unidades de tempo: dia, mês e ano.
O dia, cuja noção nasceu do contraste entre a luz solar e a escuridão da noite, é o elemento mais antigo e fundamental do calendário. A observação da periodicidade das fases lunares gerou a idéia de mês. E a repetição alternada das estações, que variavam de duas a seis, de acordo com os climas, deu origem ao conceito de ano, estabelecido em função das necessidades da agricultura.
O ano é o período de tempo necessário para que a Terra faça um giro em redor do Sol - cerca de 365 dias e seis horas. Esse número fracionário exige que se intercale dias periodicamente, a fim de fazer com que os calendários coincidam com as estações. No calendário gregoriano, usado na maior parte do mundo, um ano comum compreende 365 dias, mas a cada quatro anos há um ano de 366 dias - o chamado ano bissexto, em que o mês de fevereiro passa a ter 29 dias. São bissextos os anos cujo milésimo é divisível por quatro, com excepção dos anos de fim de século cujo milésimo não seja divisível por 400. Assim, por exemplo, o ano de 1.900 não é bissexto, ao contrário do ano 2.000.
Em astronomia, distinguem-se várias espécies de ano, com pequenas diferenças de duração. O ano trópico, também chamado de ano solar ou ano das estações, tem 365 dias, cinco horas, 48 minutos e 46 segundos. Compreende o tempo decorrido entre duas ocorrências sucessivas do equinócio vernal, ou seja, do momento em que o Sol aparentemente cruza o equador celeste na direção norte. Em virtude do fenômeno de precessão dos equinócios - causado por uma pequena oscilação na rotação terrestre - o ano trópico é mais curto que o ano sideral, que tem 365 dias, seis horas, nove minutos e dez segundos, tempo que o Sol leva para voltar ao mesmo ponto, em sua aparente trajetória anual. O ano anomalístico compreende o período de 365 dias, seis horas, 13 minutos e 53 segundos, entre duas passagens da Terra pelo periélio, ponto de sua órbita em que está mais próxima do Sol.
Dada a facilidade de observação das fases lunares, e devido aos cultos religiosos que freqüentemente se associaram a elas, muitas sociedades estruturaram os seus calendários de acordo com os movimentos da Lua. O ano lunar, de 12 meses sinódicos, correspondentes aos 12 ciclos da fase lunar, tem cerca de 364 dias. Conforme a escala de tempo seja baseada nos movimentos do Sol, da Lua, ou de ambos, o calendário será respectivamente solar, lunar ou lunissolar.
No calendário gregoriano os anos começam a ser contados a partir do nascimento de Jesus Cristo, em função da data calculada, no ano 525 da era cristã, pelo historiador Dionísio o Pequeno. Todavia, seus cálculos não estavam corretos, pois é mais provável que Jesus Cristo tenha nascido quatro ou cinco anos antes, no ano 749 da fundação de Roma, e não no 753, como sugeriu Dionísio. Para a moderna historiografia, o fundador do cristianismo teria na verdade nascido no ano 4 a.C.
Classificação dos calendários
Em sentido amplo, todo o calendário é astronómico, variando apenas o seu grau de exatidão matemática. Classificam-se em siderais, lunares, solares e lunissolares.
Calendário sideral:
Baseia-se o calendário sideral no retorno periódico de uma estrela ou constelação a determinada posição na configuração celeste. Para o estabelecimento do calendário sideral, há milénios, utilizou-se a observação do nascer ou do ocaso helíaco (ou cósmico) de uma estrela. Além do nascer ou do ocaso real de uma estrela, respectivamente, pelo horizonte leste ou oeste, chama-se nascer ou ocaso helíaco (ou cósmico) a passagem de um astro pelo horizonte oriental ou ocidental no momento do nascer ou do pôr-do-sol, respectivamente. Quando o astro nasce no momento do pôr-do-sol, ou se põe no momento em que o Sol nasce, diz-se que há nascer ou ocaso acrónicos. Nascer helíaco, portanto, é a primeira aparição anual de uma estrela sobre o horizonte oriental, quando surgem os primeiros raios de sol. Para evitar atraso no registro da data do nascer helíaco, os sacerdotes egípcios, que determinavam as estações em função desse fenómeno, eram obrigados a vigílias rigorosas. Algumas tribos do Brasil e da América do Sul serviam-se do nascer helíaco das Plêiades para indicar o início do ano. O primeiro calendário assírio baseava-se no nascer helíaco da constelação de Canis Majoris (Cão Maior), cuja estrela principal, Sirius, tinha um importante papel na sua mitologia.
Calendário lunar:
A base do calendário lunar é o movimento da Lua em torno da Terra, isto é, o mês lunar sinódico, que é o intervalo de tempo entre duas conjunções da Lua e do Sol. Como a sua duração é de 29 dias 12 horas 44 minutos e 2,8 segundos, o ano lunar (cuja denominação é imprópria) de 12 meses abrangerá 254 dias 8 horas 48 minutos e 36 segundos. Os anos lunares têm que ser regulados periodicamente, para que o início do ano corresponda sempre a uma lua nova. Como uma revolução sinódica da Lua não é igual a um número inteiro de dias, e os meses devem também começar com uma lua nova, esse momento inicial não se dá sempre numa mesma hora. Por sua vez, na antiguidade, e mesmo depois, houve freqüentes erros de observação desse início.
Para que os meses compreendessem números inteiros de dias, convencionou-se, desde cedo, o emprego de meses alternados de 29 e 30 dias. Mas como o mês lunar médio resultante é de 29 dias e 12 horas, isto é mais curto 44 minutos e 2,8 segundos do que o sinódico, adicionou-se, a partir de certo tempo, um dia a cada trinta meses, com a finalidade de evitar uma derivação das fases lunares. Por outro lado, como o ano lunar era de 354 dias, observou-se que havia uma defasagem rápida entre o início do mesmo e o das estações. Procurou-se eliminar essa diferença, intercalando-se periodicamente um mês complementar, o que originou os anos lunissolares.
O calendário lunar surgiu entre os povos de vida essencialmente nómada ou pastoril, e os babilónicos foram os primeiros, na antiguidade, a utilizá-lo. Os hebreus, gregos e romanos também dele se serviram. O calendário muçulmano é o único puramente lunar ainda em uso. Com Júlio César, Roma adoptou um calendário solar que predominou entre as populações agrícolas.
Calendário solar:
Os egípcios foram o primeiro povo a usar o calendário solar, embora os seus 12 meses, de trinta dias, fossem de origem lunar. O calendário instituído em Roma, por Júlio César, reformado mais tarde pelo papa Gregório XIII e atualmente adotado por quase todos os povos, é do tipo solar, e suas origens remontam ao Egito.
O calendário solar segue unicamente o curso aparente do Sol, fazendo coincidir, com maior ou menor precisão, o ano solar com o civil, de forma que as estações recaiam todos os anos nas mesmas datas.
Calendário lunissolar:
Baseia-se o calendário lunissolar no mês lunar, mas procura-se fazer concordar o ano lunar com o solar, por meio da intercalação periódica de um mês a mais. O mês é determinado em função da revolução sinódica da Lua, fazendo começar o ano com o início da lunação. Para que a entrada das estações se efetue em datas fixas, acrescenta-se um mês suplementar, no fim de certo número de anos, que formam um ciclo. Os babilônicos, chineses, assírios, gregos e hindus utilizaram calendários lunissolares. Atualmente, os judeus - que adotaram o calendário babilônico na época do exílio - e os cristãos se valem desse sistema para determinar a data da Páscoa.
Dia e noite:
Nos calendários lunares e lunissolares o dia tem sempre início com o pôr-do-sol, como ocorre ainda hoje, no calendário judeu e muçulmano. No calendário solar, o dia começa com a saída do Sol, como no antigo Egito. Na Mesopotâmia o dia, para as observações astronômicas, começava à meia-noite, embora o calendário usual partisse do anoitecer. Os chineses e romanos adotaram também a meia-noite para o início do dia, uso que é seguido pelo calendário gregoriano.
Calendário maia:
O calendário mais bem elaborado das antigas civilizações pré-colombianas foi o maia, e do qual deriva o calendário asteca. Tanto um como o outro tinham um calendário religioso de 260 dias, com 13 meses de vinte dias; e um calendário solar de 365 dias, constituído por 18 meses de vinte dias e mais cinco dias epagômenos, isto é, que não pertencem a nenhum mês e são acrescentados ao calendário para complementar o ano. Esses cinco dias eram considerados de mau agouro, ou nefastos. Um ciclo de 52 anos solares harmonizava os dois calendários, o religioso e o solar. A cada dois ciclos - 104 anos - iniciava-se um ano venusino, de 584 dias, um ano solar, de 365 dias, um novo ciclo de 52 anos solares e um ano sagrado, de 260 dias. Este acontecimento era comemorado com grandes festas religiosas.
Calendário hebraico:
Os judeus não adotaram o calendário juliano, em grande parte para que a sua Páscoa não coincidisse com a cristã. O ano israelita civil tem 353, 354 ou 355 dias; seus 12 meses são de 29 ou trinta dias. O ano intercalado tem 383, 384 ou 385 dias.
O calendário hebraico introduziu pela primeira vez a semana de sete dias, divisão que seria adotada em calendários posteriores. É possível que a sua origem esteja associada ao caráter sagrado do número sete, como ocorre nas sociedades tradicionais, ou que se relacione com a sucessão das fases da lua, já que a semana corresponde aproximadamente à quarta parte do mês lunar.
O calendário hebraico começa a contar o tempo histórico a partir do que os judeus consideram o dia da criação. No calendário gregoriano, tal data corresponde a 7 de outubro de 3761 a.C.
Calendário muçulmano:
A civilização islâmica adotou o calendário lunar. Neste calendário o ano divide-se em 12 meses de 29 ou trinta dias, de forma que o ano tem 354 dias. Como o mês sinódico não tem exatamente 29,5 dias, mas 29,5306 dias, é necessário fazer algumas correções para adaptar o ano ao ciclo lunar.
Trinta anos lunares têm aproximadamente 10.631,016 dias. Com anos de 354 dias, trinta anos totalizariam 10.620 dias, e por isso é preciso acrescentar 11 dias a cada trinta anos.
A origem do calendário muçulmano fixa-se na Hégira, que comemora a fuga de Maomé, da cidade de Meca para Medina, que coincide com o dia 16 de julho de 622 da era cristã, no calendário gregoriano.
Calendário revolucionário francês:
Um caso muito singular é o do calendário republicano, instituído pela revolução francesa em 1793, e que tinha como data inicial o dia 22 de novembro de 1792, data em que foi instaurada a república. Pretendia substituir o calendário gregoriano e tornar-se universal.
O ano passaria a ter 12 meses de trinta dias, distribuídos em três décadas cada mês. Estas eram numeradas de um a três, e os dias de um a dez, na respectiva década, recebendo nomes de primidi, duodi, tridi, quartidi, quintidi, sextidi, septidi, octidi, nonidi, décadi. Deram-se, depois, às décadas, nomes tirados de plantas, animais e objetos de agricultura.
Dividiu-se o dia em dez horas de cem minutos, e estes com cem segundos de duração. As denominações dos meses inspiraram-se nos sucessivos aspectos das estações do ano na França. Aos 360 dias acrescentavam-se cinco complementares, anualmente e, um sexto a cada quatriênio.
O ano desse calendário revolucionário começou à meia-noite do equinócio verdadeiro do outono, segundo o meridiano de Paris. A eliminação das festas religiosas católicas, dos nomes de santos e, sobretudo, do domingo, insuficientemente compensado pelo décadi, indispôs a população. Teve curta duração e a 1º de janeiro de 1806 (com pouco mais de 13 anos), já no primeiro império napoleônico, foi restabelecido o uso do calendário gregoriano.
Calendários juliano e gregoriano:
As origens do calendário juliano remontam ao antigo Egipto. Foi estabelecido em Roma por Júlio César no ano 46 a.C. (708 da fundação de Roma). Adotou-se um ano solar de 365 dias, dividido em 12 meses de 29, 30 ou 31 dias. A diferença do calendário egípcio está no fato de se introduzirem os anos bissextos de 366 dias a cada quatro anos, de forma que o ano médio era de 365,25 dias. O esquema dos meses foi reformulado posteriormente para que o mês de agosto, assim nomeado em honra ao imperador Augusto, tivesse o mesmo número de dias que o mês de julho, cujo nome é uma homenagem a Julio César.
Como o ano trópico é de 365,2422 dias, com o passar dos anos regista-se um adiantamento na data do equinócio da primavera. Caso fosse mantido o calendário juliano, haveria um adiantamento de seis meses no início das estações, num período de 20.200 anos. Para evitar o problema, o Concílio de Trento, reunido em 1563, recomendou ao papa a correção do inconveniente, que alteraria a data da Páscoa, em virtude dos ciclos de concordância das lunações com o ano solar.
Finalmente, em 1582, o papa Gregório XIII, aconselhado por astrónomos, em particular por Luigi Lílio, obteve o acordo dos principais soberanos católicos e, através da bula Inter gravissimas, de 24 de fevereiro, decretou a reforma do calendário, que passou, em sua homenagem, a chamar-se gregoriano, e é o mais perfeito utilizado até hoje.
Mesmo assim, apresenta algumas deficiências. Uma delas é a diferença com o ano trópico, que aliás não é importante para efeitos práticos. Mais relevante é a diferença na duração dos meses (28, 29, 30 ou 31 dias) e o fato de que a semana, que é utilizada quase universalmente como unidade de tempo de trabalho, não esteja integrada nos meses, de tal forma que o número de dias trabalhados durante um mês pode variar entre 24 e 27.
Além disso, nos países cristãos, a data em que se comemora a Páscoa é determinada por critério lunissolar, que pode acarretar variação de dias e conseqüentemente alterar atividades educacionais, comerciais, de turismo etc. Outro inconveniente é o de não existir um ano zero, o que obriga uma operação matemática estranha, para calcular a diferença em anos de um fato ocorrido antes do nascimento de Cristo, em comparação com outro, ocorrido na era cristã. Existem várias propostas para solucionar essas questões, nenhuma delas ainda adotada.
Apesar de representar um avanço, o calendário gregoriano demorou para ser aceito, principalmente em países não-católicos, por motivos sobretudo político-religiosos. Nas nações protestantes da Alemanha, foi adoptado no decorrer dos séculos XVII (em poucos casos, antes de 1700) e XVIII (Prússia, 1775); na Dinamarca (incluindo então a Noruega), em 1700; na Suécia (com inclusão da Finlândia), em 1753. Nos cantões protestantes da Suíça, no princípio do século XVIII. Na Inglaterra e suas colónias, entre as quais os futuros Estados Unidos, em 1752. Nos países ortodoxos balcânicos, depois de 1914 (Bulgária, 1916, Romênia e Iugoslávia, 1919; Grécia, 1924). Na União Soviética, em 1918. Na Turquia, em 1927. No Egito, já havia sido adoptado para efeitos civis desde 1873, mesma data em que foi aceite no Japão. Na China foi aceite em 1912, para vigorar simultaneamente com o calendário tradicional chinês, até 1928.
Os dias da semana:
No Império Romano, a astrologia acabou por introduzir, no uso popular, a semana de sete dias (septimana, isto é, sete manhãs, de origem babilónica). Os nomes orientais foram substituídos pelos latinos, do Sol, da Lua e de deuses equiparados aos babilónicos. Por influência romana, os povos germânicos adotaram a semana, substituindo, por sua vez, os nomes das divindades latinas por aqueles das suas, com que mais se assemelhavam, excepção feita de Saturno, cujo nome se limitaram a adaptar.
No Império Romano, a astrologia acabou por introduzir, no uso popular, a semana de sete dias (septimana, isto é, sete manhãs, de origem babilónica). Os nomes orientais foram substituídos pelos latinos, do Sol, da Lua e de deuses equiparados aos babilónicos. Por influência romana, os povos germânicos adotaram a semana, substituindo, por sua vez, os nomes das divindades latinas por aqueles das suas, com que mais se assemelhavam, excepção feita de Saturno, cujo nome se limitaram a adaptar.
Com o cristianismo, o nome do dia do Sol passou de Solis dies a Dominica (dia do Senhor, Dominus) e o Saturni dies (dia de Saturno) foi substituído por Sabbatum, dia do descanso (santificado). As línguas romanas, com excepção do português, conservaram as formas derivadas dos antigos nomes latinos, com essas alterações.
O português adoptou integralmente a nomenclatura hebdomadária do latim litúrgico cristão, que designou os dias compreendidos entre o domingo e o sábado por sua sucessão ordinal depois do primeiro dia da semana.
No grego moderno prevaleceu prática semelhante. Em várias línguas germânicas, a cristinianização dos respectivos povos acarretou a substituição do dia de Saturno pelo de véspera do domingo (Sonnabend ou Samstag, alemão) ou, ainda, dia do Senhor (Lördag, sueco).
O domingo conservou o nome de dia do Sol. Em algumas línguas germânicas, o antigo dia de Odin tornou-se o de meio da semana (Mittwoch, alemão), que corresponde à quarta-feira.
Os similares germânicos de Marte, Mercúrio, Jove (Júpiter) e Vênus eram, respectivamente, Ziu ou Tiwaz ou Tyr; Wodan ou Odin; Thor ou Donar; Frija ou Frigg ou Freya.
segunda-feira, 19 de abril de 2010
The Initiated Eye
The city plan of Washington, D.C.—with its radiating avenues and circles overlaying a grid pattern of right angled streets—presents daily challenges to visitors and residents alike as they navigate between the monuments and buildings that symbolize our national capital. But the circles, squares, angles, and architecture in the Federal city hold a far deeper symbolism for the Freemasons from the time of George Washington to the present day. “The Initiated Eye: Secrets, Symbols, Freemasonry and the Architecture of Washington, D.C.,” on view at the National Heritage Museum from December 19, 2009 through January 9, 2011, is a fascinating exhibition that explores the Masonic ideals and symbols made manifest in our nation’s capital city.
“The Initiated Eye” presents 21 extraordinary oil paintings by artist Peter Waddell based on the architecture of Washington, D.C., and the role that our founding fathers and prominent citizens—many of whom were Freemasons—played in establishing the layout, design and construction of the city. Through the paintings on view, the exhibition portrays an unprecedented view into the world of Freemasonry, and through historical events, activities, ceremonies, and special gatherings carefully explains and demystifies Freemasonry for the public. The paintings often depict objects associated with Freemasonry that were carefully selected from local lodges to provide a context and richness to illustrate the many historical collections related to our nation’s heritage held in trust by the Freemasons. Waddell created the paintings through extensive research, and in collaboration with a Masonic advisory committee. Fans of the recent Dan Brown book, The Lost Symbol, will recognize in the paintings a number of the places and events depicted in the novel, including the House of the Temple, the cornerstone laying at the Capitol, the Smithsonian Institution, the Shrine Temple, the Franklin School, and the Washington Monument. Approximately 40 Masonic artifacts from the National Heritage Museum collection further enrich the exhibition.
http://nationalheritagemuseum.typepad.com
“The Initiated Eye” presents 21 extraordinary oil paintings by artist Peter Waddell based on the architecture of Washington, D.C., and the role that our founding fathers and prominent citizens—many of whom were Freemasons—played in establishing the layout, design and construction of the city. Through the paintings on view, the exhibition portrays an unprecedented view into the world of Freemasonry, and through historical events, activities, ceremonies, and special gatherings carefully explains and demystifies Freemasonry for the public. The paintings often depict objects associated with Freemasonry that were carefully selected from local lodges to provide a context and richness to illustrate the many historical collections related to our nation’s heritage held in trust by the Freemasons. Waddell created the paintings through extensive research, and in collaboration with a Masonic advisory committee. Fans of the recent Dan Brown book, The Lost Symbol, will recognize in the paintings a number of the places and events depicted in the novel, including the House of the Temple, the cornerstone laying at the Capitol, the Smithsonian Institution, the Shrine Temple, the Franklin School, and the Washington Monument. Approximately 40 Masonic artifacts from the National Heritage Museum collection further enrich the exhibition.
http://nationalheritagemuseum.typepad.com
Codificação Pig Pen
Heinrich Cornelius Agrippa von Nettelsheim (1486-1535, foi um mago, escritor de ocultismo, astrólogo e alquimista.Considerado também o primeiro feminista e o mais influente escritor esotérico na renascença. Esteve a serviço de Maximiliano I, e devotou seu tempo principalmente ao estudo das ciências ocultas) publica o livro “ De occulta philosophia”, em Colônia, na Alemanha. No livro nº 3 , capítulo 30, descreve o seu código de substituição monoalfabética, hoje conhecida como o código Pig Pen. A tradução literal do nome é Porco no Chiqueiro e vem do fato de que cada uma das letras (os porcos) é colocada numa "casa" (o chiqueiro). Na época, a cifra parece ter tido importância pois, alguns anos mais tarde, Vigenère a reproduz no seu Traicté des chiffres, ou secretes manieres d'escrire (Paris, 1586, f. 275 v). Aparentemente, este código foi muito utilizado por franco-maçons.
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Razão e cinismo
"A razão é a primeira autoridade e a autoridade é a última razão."
(Louis Gabriel Ambroise de Bonald)
(Louis Gabriel Ambroise de Bonald)
"O cinismo é a única forma sob a qual as almas vulgares se aproximam do que seja a honestidade; e o homem superior terá os ouvidos atentos para todo o cinismo grosseiro ou subtil e se felicitará toda vez que um bufo sem pudor ou sátiro da ciência prosear diante dele."
(Friedrich Nietzsche)
LUCIANO MARTINS FREIRE
O PINTOR LUCIANO MARTINS FREIRE
Este pintor, a quem se deve entre outras obras a restauração dos Painéis de S. Vicente de Fora, foi iniciado na Maçonaria, na loja Fiat Lux, de Lisboa, no ano de 1898.
Luciano Martins Freire (1864-1934), nasceu e morreu em Lisboa. Foi diplomado pela Academia Real das Belas Artes, tendo como pintor cultivado a pintura histórica. Dirigiu, em 1911, o Museu Nacional dos Coches para cuja fundação e organização contribuiu.
Na loja maçónica, a que pertenceu, usou o nome simbólico de Sequeira.
in A.H. de Oliveira Marques, DICIONÁRIO DE MAÇONARIA PORTUGUESA, I, col. 612-613.
Este pintor, a quem se deve entre outras obras a restauração dos Painéis de S. Vicente de Fora, foi iniciado na Maçonaria, na loja Fiat Lux, de Lisboa, no ano de 1898.
Luciano Martins Freire (1864-1934), nasceu e morreu em Lisboa. Foi diplomado pela Academia Real das Belas Artes, tendo como pintor cultivado a pintura histórica. Dirigiu, em 1911, o Museu Nacional dos Coches para cuja fundação e organização contribuiu.
Na loja maçónica, a que pertenceu, usou o nome simbólico de Sequeira.
in A.H. de Oliveira Marques, DICIONÁRIO DE MAÇONARIA PORTUGUESA, I, col. 612-613.
sábado, 10 de abril de 2010
A mumificação no Antigo Egipto
Os Egípcios concebiam o ser humano como um complexo composto de elementos indissociáveis entre si, designados como Kheperu, ou seja, “manifestações”. Estes elementos correspondem a aspectos materiais e imateriais da existência humana – o corpo físico, o coração, o ka, o ba, o nome e a sombra – estabelecidos desde a primeira vez, isto é, no momento da criação. A morte conduzia a um novo estado biológico, passando o indivíduo a ser designado como akh, ou “transfigurado”. Este novo estado é caracterizado pela separação dos vários elementos que constituem o indivíduo, sendo cada um capaz de manter uma existência independente na eternidade.
Concebiam o coração e não o cérebro enquanto centro do intelecto e da memória. Enquanto receptáculo do registo de vida do indivíduo, este órgão assumia uma importância primordial no julgamento do morto que decorria no tribunal presidido por Osíris, deus dos mortos. Nas ilustrações do Livro dos Mortos relativas a este episódio vemos o coração a ser pesado no prato direito de uma balança, contendo o prato esquerdo uma pluma de avestruz, símbolo de Maat, divindade ou noção abstracta . O resultado desta pesagem era determinante para a admissão do defunto no Além. Aquele que tinha vivido de acordo com Maat era considerado maat-kheru, “justo de voz” e acompanhado à sua última morada, aquele que não era considerado puro era devorado por um ser compósito de nome Ammut. Para evitar que o seu coração comprometesse este acesso, o defunto tinha que ser conhecedor da fórmula 30B do Livro dos Mortos: “Ó meu coração da minha mãe, (...) víscera do coração das minhas diferentes idades, não te levantes contra mim em testemunho, não te oponhas a mim em tribunal, não mostres hostilidade contra mim na presença do guarda da balança (...)”
O ka ou duplo do indivíduo consiste numa reserva de força vital e de energia. Enquanto elemento imaterial não possuía uma contrapartida física, pelo que lhe era atribuída substância através da sua representação na forma de estátua, esta servindo como morada. Estava associado à subsistência do indivíduo após a morte, possibilitando um acesso às oferendas de alimento colocadas ou representadas nas capelas dos túmulos. O ka habitava o corpo mumificado na câmara funerária e deslocava-se desta para a câmara de oferendas onde habitava uma estátua no decurso do processo de alimentação.
Outro elemento primordial era o ba, frequentemente representado como um ser híbrido com corpo de ave, cabeça humana e mãos e braços humanos, sobrevoando o túmulo ou o corpo do defunto. Encontra-se particularmente associado à mobilidade do morto no Além, permitindo que este viaje para o mundo dos vivos ou ascenda aos céus e navegue com o deus solar na sua barca. Apesar da importância que assumia a mobilidade do ba, era fundamental que este voltasse regularmente ao corpo e se reunisse com este.
A distinção entre ba e corpo nada deve à dualidade corpo/alma defendida pelos filósofos platónicos ou mesmo proveniente de uma certa tradição cristã, onde a sobrevivência na eternidade era destinada apenas à alma e ao corpo restava unicamente a destruição (Dunand; Lichtenberg, 2002: 41). Contrariamente, para os egípcios antigos era necessária a preservação e união de todos os elementos constituintes do indivíduo, sendo esta uma condição necessária à sobrevivência do defunto no Além, desta forma, evitando a temível segunda morte, concebida pelos egípcios antigos como definitiva. Esta noção surge como antítese à visão da morte como uma etapa num processo continuado, ou seja, uma concepção da morte como uma passagem para um novo estádio de existência, onde o morto é integrado num «padrão cíclico do universo», envolvendo um contínuo renascimento este muitas vezes aludido através de uma comparação com o ciclo incessante do nascer e pôr-do-sol
A preservação do corpo era fundamental, sendo necessária para a sobrevivência dos elementos imateriais, ka e ba. Pascal Vernus sublinha a necessidade de preservação do elemento material incorruptível: «le corps n’est pas une enveloppe ou une gangue dont il faudrait se libérer, mais une manifestation solidaire de toutes les autres manifestations possibles à travers lesquelles on échappe à l’anéantissement. Il faut donc à tout prix en préserver l’intégrité menacée par la mort»
As alusões na literatura funerária ao desmembramento do corpo e á necessidade da sua restituição fazem eco do mito de Osíris. Divindade que após ter sido morto e seu corpo desmembrado ressuscita tornando-se o rei dos mortos. Osíris assume uma importância primordial no panteão egípcio sobretudo a partir do Império Novo, período onde assume a forma que apresentará no Período Romano, de onde nos chega a célebre obra de Plutarco, De Iside et Osiride, a versão mais completa do mito. Ísis assume um grande protagonismo na ressurreição de seu esposo, é ela que reúne os membros mutilados e juntamente com outras divindades realiza um ritual de enterro condigno. De destacar a participação de Anúbis no embalsamamento do corpo do rei morto, divindade que surge representada com cabeça de chacal e que se tornará no patrono da mumificação. Enquanto primeira múmia, Osíris torna-se um modelo a seguir, sendo a preservação do corpo fundamental no acesso à via de salvação osírica, isto é, na passagem para a eternidade e conquista do Reino dos Ocidentais. A múmia tornava-se um potencial Osíris, sendo a prática da mumificação responsável pela passagem do indivíduo para uma etapa superior da hierarquia dos seres.
Além da preservação do corpo era ainda necessário restaurar o uso dos sentidos, tornando possível o seu uso pela eternidade. A restauração das faculdades sensoriais era possível através da cerimónia da «abertura da boca», realizada pelos sacerdotes sobre o corpo mumificado ou o sarcófago que o protegia, através da manipulação de uma série de instrumentos carregados de simbolismo e de magia. Com os instrumentos tocavam a boca, nariz, olhos e orelhas, permitindo que o defunto pudesse realizar funções vitais como respirar e comer no Além.
As fontes para o processo de mumificação realizado no antigo Egipto são escassas, testemunhando uma certa relutância em referir uma prática que apesar de tudo envolvia a corrupção do corpo. O texto Ritual de Embalsamamento , essencialmente de natureza religiosa, apresenta um relato da aplicação de unguentos, colocação de tiras de linho no corpo e aplicação de amuletos, sendo omitida a referência aos detalhes do processo de embalsamamento propriamente dito. O Papiro Mágico Rhind datado de c.200 a.C. também apresenta uma referência ao processo muito breve, relatando a unção e colocação das tiras de linho no corpo. Datado da XXVI dinastia, do Período Tardio, o Papiro Ápis, apresenta uma descrição da prática de embalsamamento do boi sagrado Ápis venerado em Mênfis.
As descrições mais completas e detalhadas são as provenientes das obras dos autores clássicos Heródoto e Diodoro de Sicília, que apresentam muita informação não encontrada em qualquer outra fonte documental, todavia, os relatos são confirmados actualmente pela análise das múmias que sobreviveram. Heródoto, oriundo de Halicarnasso na Ásia Menor, visitou o Egipto c. 450 a.C. durante o domínio Persa. Apresenta uma descrição pormenorizada do processo de mumificação na sua obra de nove volumes intitulada História. Apesar das dúvidas que a sua descrição suscita esta é considerada a mais importante fonte escrita relativa à mumificação. Diodoro proveniente de Sicília visita o Egipto alguns séculos mais tarde, mais concretamente no I século a.C. Além das fontes textuais, as representações artísticas deste processo são extremamente raras. Muitas capelas de túmulos possuem representações das várias etapas do ritual de enterro, contudo, a mumificação apesar de ser parte integrante deste cerimonial nunca surge de uma forma explícita, sendo frequentemente representada de uma forma simbólica através da imagem do deus Anúbis junto a um corpo mumificado ou a um sarcófago.
O termo embalsamamento deriva do Latim in balsamum, com o significado de preservação pelo bálsamo, aplicado na realidade. A palavra persa mummia possui o significado betume, termo aplicado num Período Tardio aos corpos mumificados que apresentavam uma coloração negra parecendo que tinham sido embebidos em betume. Todavia, o betume não foi utilizado no processo de mumificação, com excepção para uma múmia do Período Tardio que possuía vestígios de utilização desta substância, prática não confirmada em análises a outras múmias datadas do mesmo período
Lucas; Harris,1999
Concebiam o coração e não o cérebro enquanto centro do intelecto e da memória. Enquanto receptáculo do registo de vida do indivíduo, este órgão assumia uma importância primordial no julgamento do morto que decorria no tribunal presidido por Osíris, deus dos mortos. Nas ilustrações do Livro dos Mortos relativas a este episódio vemos o coração a ser pesado no prato direito de uma balança, contendo o prato esquerdo uma pluma de avestruz, símbolo de Maat, divindade ou noção abstracta . O resultado desta pesagem era determinante para a admissão do defunto no Além. Aquele que tinha vivido de acordo com Maat era considerado maat-kheru, “justo de voz” e acompanhado à sua última morada, aquele que não era considerado puro era devorado por um ser compósito de nome Ammut. Para evitar que o seu coração comprometesse este acesso, o defunto tinha que ser conhecedor da fórmula 30B do Livro dos Mortos: “Ó meu coração da minha mãe, (...) víscera do coração das minhas diferentes idades, não te levantes contra mim em testemunho, não te oponhas a mim em tribunal, não mostres hostilidade contra mim na presença do guarda da balança (...)”
O ka ou duplo do indivíduo consiste numa reserva de força vital e de energia. Enquanto elemento imaterial não possuía uma contrapartida física, pelo que lhe era atribuída substância através da sua representação na forma de estátua, esta servindo como morada. Estava associado à subsistência do indivíduo após a morte, possibilitando um acesso às oferendas de alimento colocadas ou representadas nas capelas dos túmulos. O ka habitava o corpo mumificado na câmara funerária e deslocava-se desta para a câmara de oferendas onde habitava uma estátua no decurso do processo de alimentação.
Outro elemento primordial era o ba, frequentemente representado como um ser híbrido com corpo de ave, cabeça humana e mãos e braços humanos, sobrevoando o túmulo ou o corpo do defunto. Encontra-se particularmente associado à mobilidade do morto no Além, permitindo que este viaje para o mundo dos vivos ou ascenda aos céus e navegue com o deus solar na sua barca. Apesar da importância que assumia a mobilidade do ba, era fundamental que este voltasse regularmente ao corpo e se reunisse com este.
A distinção entre ba e corpo nada deve à dualidade corpo/alma defendida pelos filósofos platónicos ou mesmo proveniente de uma certa tradição cristã, onde a sobrevivência na eternidade era destinada apenas à alma e ao corpo restava unicamente a destruição (Dunand; Lichtenberg, 2002: 41). Contrariamente, para os egípcios antigos era necessária a preservação e união de todos os elementos constituintes do indivíduo, sendo esta uma condição necessária à sobrevivência do defunto no Além, desta forma, evitando a temível segunda morte, concebida pelos egípcios antigos como definitiva. Esta noção surge como antítese à visão da morte como uma etapa num processo continuado, ou seja, uma concepção da morte como uma passagem para um novo estádio de existência, onde o morto é integrado num «padrão cíclico do universo», envolvendo um contínuo renascimento este muitas vezes aludido através de uma comparação com o ciclo incessante do nascer e pôr-do-sol
A preservação do corpo era fundamental, sendo necessária para a sobrevivência dos elementos imateriais, ka e ba. Pascal Vernus sublinha a necessidade de preservação do elemento material incorruptível: «le corps n’est pas une enveloppe ou une gangue dont il faudrait se libérer, mais une manifestation solidaire de toutes les autres manifestations possibles à travers lesquelles on échappe à l’anéantissement. Il faut donc à tout prix en préserver l’intégrité menacée par la mort»
As alusões na literatura funerária ao desmembramento do corpo e á necessidade da sua restituição fazem eco do mito de Osíris. Divindade que após ter sido morto e seu corpo desmembrado ressuscita tornando-se o rei dos mortos. Osíris assume uma importância primordial no panteão egípcio sobretudo a partir do Império Novo, período onde assume a forma que apresentará no Período Romano, de onde nos chega a célebre obra de Plutarco, De Iside et Osiride, a versão mais completa do mito. Ísis assume um grande protagonismo na ressurreição de seu esposo, é ela que reúne os membros mutilados e juntamente com outras divindades realiza um ritual de enterro condigno. De destacar a participação de Anúbis no embalsamamento do corpo do rei morto, divindade que surge representada com cabeça de chacal e que se tornará no patrono da mumificação. Enquanto primeira múmia, Osíris torna-se um modelo a seguir, sendo a preservação do corpo fundamental no acesso à via de salvação osírica, isto é, na passagem para a eternidade e conquista do Reino dos Ocidentais. A múmia tornava-se um potencial Osíris, sendo a prática da mumificação responsável pela passagem do indivíduo para uma etapa superior da hierarquia dos seres.
Além da preservação do corpo era ainda necessário restaurar o uso dos sentidos, tornando possível o seu uso pela eternidade. A restauração das faculdades sensoriais era possível através da cerimónia da «abertura da boca», realizada pelos sacerdotes sobre o corpo mumificado ou o sarcófago que o protegia, através da manipulação de uma série de instrumentos carregados de simbolismo e de magia. Com os instrumentos tocavam a boca, nariz, olhos e orelhas, permitindo que o defunto pudesse realizar funções vitais como respirar e comer no Além.
As fontes para o processo de mumificação realizado no antigo Egipto são escassas, testemunhando uma certa relutância em referir uma prática que apesar de tudo envolvia a corrupção do corpo. O texto Ritual de Embalsamamento , essencialmente de natureza religiosa, apresenta um relato da aplicação de unguentos, colocação de tiras de linho no corpo e aplicação de amuletos, sendo omitida a referência aos detalhes do processo de embalsamamento propriamente dito. O Papiro Mágico Rhind datado de c.200 a.C. também apresenta uma referência ao processo muito breve, relatando a unção e colocação das tiras de linho no corpo. Datado da XXVI dinastia, do Período Tardio, o Papiro Ápis, apresenta uma descrição da prática de embalsamamento do boi sagrado Ápis venerado em Mênfis.
As descrições mais completas e detalhadas são as provenientes das obras dos autores clássicos Heródoto e Diodoro de Sicília, que apresentam muita informação não encontrada em qualquer outra fonte documental, todavia, os relatos são confirmados actualmente pela análise das múmias que sobreviveram. Heródoto, oriundo de Halicarnasso na Ásia Menor, visitou o Egipto c. 450 a.C. durante o domínio Persa. Apresenta uma descrição pormenorizada do processo de mumificação na sua obra de nove volumes intitulada História. Apesar das dúvidas que a sua descrição suscita esta é considerada a mais importante fonte escrita relativa à mumificação. Diodoro proveniente de Sicília visita o Egipto alguns séculos mais tarde, mais concretamente no I século a.C. Além das fontes textuais, as representações artísticas deste processo são extremamente raras. Muitas capelas de túmulos possuem representações das várias etapas do ritual de enterro, contudo, a mumificação apesar de ser parte integrante deste cerimonial nunca surge de uma forma explícita, sendo frequentemente representada de uma forma simbólica através da imagem do deus Anúbis junto a um corpo mumificado ou a um sarcófago.
O termo embalsamamento deriva do Latim in balsamum, com o significado de preservação pelo bálsamo, aplicado na realidade. A palavra persa mummia possui o significado betume, termo aplicado num Período Tardio aos corpos mumificados que apresentavam uma coloração negra parecendo que tinham sido embebidos em betume. Todavia, o betume não foi utilizado no processo de mumificação, com excepção para uma múmia do Período Tardio que possuía vestígios de utilização desta substância, prática não confirmada em análises a outras múmias datadas do mesmo período
Lucas; Harris,1999
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