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quarta-feira, 6 de março de 2013

Abu Simbel


A Resp.'.Loj.'. de Pesquisa "Abu Simbel” nº 001, a Oriente de Lisboa, é a primeira Loja de Investigação, na Europa, sob os auspícios da Ordem Internacional do Rito.Antigo e Primitivo Memphis Misraim.

Esta Loja incorpora os ideais e tradições das antigas escolas iniciáticas.
Os Membros desta Resp.´. Loja estudam com grande profundidade e conhecimento, os grandes temas e questões da Maçonaria Simbólica.
O lema da Resp.´. Loja ABU SIMBEL é Gnosce te Ipsum.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Rito do Capitulo de Clermont



Rito do Capitulo de Clermont



Rito do Capitulo de Clermont. O rito é formado em Lyon, em 1743, baseado em Ramay e surgiu como movimento de reação contra a distribuição indiscriminada de altos graus ocorrida em 1754, na França, que serviu para desmoralizar a Maçonaria e dar margem a negociatas escandalosas com a venda de graus e profanos. O Capítulo de Clermont começou com os  graus simbólicos acrescidos de três superiores mas foi  ampliando-se  acompanhando os  33 graus escoceses. Serviu de base aos Ritos de Heredom e ao Rito de Perfeição, emanando por fim o próprio Rito Escocês Antigo e Aceite. Durou apenas alguns anos e do que restou surgiu o Conselho dos Imperadores do Oriente e Ocidente, tendo o Barão de Hund, posteriormente, ocupado as principais funções  para criar o sistema jesuíta da Estrita Observância, alcançando então grande êxito.

ver : Ramsay Chevalier 1686-1743 (Andrew Michael))

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Não vamos repetir erros do passado...





"A Maçonaria compõe-se de três elementos: o elemento iniciático, pelo qual é secreta; o elemento fraternal; e o elemento a que chamarei humano – isto é, o que resulta de ela ser composta por diversas espécies de homens, de diferentes graus de inteligência e cultura, e o que resulta de ela existir em muitos países, sujeita portanto a diversas circunstâncias de meio e de momento histórico, perante as quais, de país para país e de época para época reage, quanto à atitude social, diferentemente."


"...Neste terceiro ponto de vista, toda a Maçonaria gira, porém, em torno de uma só idéia – a "tolerância"; isto é, o não impor a alguém dogma nenhum, deixando-o pensar como entender. Por isso a Maçonaria não tem uma doutrina. Tudo quanto se chama "doutrina maçônica" são opiniões individuais de Maçons, quer sobre a Ordem em si mesma, quer sobre as suas relações com o mundo profano. São divertidíssimas: vão desde o panteísmo naturalista de Oswald Wirth até ao misticismo cristão de Arthur Edward Waite, ambos tentando converter em doutrina o espírito da Ordem. As suas afirmações, porém, são simplesmente suas; a Maçonaria nada tem com elas. Ora o primeiro erro dos Antimaçons consiste em tentar definir o espírito maçônico em geral pelas afirmações de Maçons particulares, escolhidas ordinariamente com grande má fé."
F.P



domingo, 27 de novembro de 2011

A ABREVIATURA NA MAÇONARIA



Para que os rituais e os impressos maçônicos não sejam entendidos pôr profanos, é costume fazer abreviaturas, através da apócope de palavras escritas, colocando, logo depois do corte na palavra, os três pontos em formato de delta, ou seja, ocupando os três ângulos de um triângulo equilátero.
Evidentemente, existe um certo número de palavras que, abreviadas, são entendidas pelos Maçons; o que não se pode fazer é chegar ao excesso de abreviar, indiscriminadamente, qualquer palavra, numa prática que, lamentavelmente, tem sido muito seguida, tornando incompreensíveis certos rituais, até para os próprios Maçons do rito.
Para formar as abreviaturas, existem duas regras fundamentais:
         1 – O corte das palavras deve ser feito, sempre, entre uma consoante e  uma vogal; pôr exemplo: Or.'.= Oriente. A única exceção a essa regra, é a palavra Irmãos, cuja abreviatura costumeira é  Ir.'.. Alguns autores costumam citar, também, como exceção, a palavra Aprendiz, cuja abreviatura seria Ap.'., ocorre, entretanto, que essa forma é errada, pois a abreviatura correta e mais usual é Apr.'..
         2 – O plural das palavras é feito através da repetição da letra inicial; pôr exemplo: OOr.'. = Orientes; VVig.'. = Vigilantes; IIr.'. = Irmãos.
Existe, todavia, uma outra forma, menos costumeira, mas é usada por algumas Obediências européis e que consiste em repetir a palavra abreviada, para indicar o plural;  exemplos:  Or.'.Or.'. =  Orientes; Vig.'.Vig.'. =  Vigilantes; Ir.'.Ir.'. =  Irmãos.
As principais abreviaturas usadas, em Maçonaria, são:
Ac.'. = Acácia                                           
A.'. ou Alt.'.= Altar
A.'. dos JJur.'. = Altar dos Juramentos
A.'. dos PPer.'.= Altar dos Perfumes
Apr.'. = Aprendiz
Aters.'. = Atersata
Aum.'.de Sal.'. = Aumento de Salário
Av.'. = Avental
Bal.'. = Balaústre
Bat.'. = Bateria
Cad.'.de Un.'. = Cadeia de União
Cam.'.de Refl.'.= Câmara de Reflexão
Chanc.'. =  Chanceler
Cobr.'. = Cobridor
Col.'. = Coluna
Col.'.Grav.'.= Coluna Gravada
C.'. = Companheiro
Comp.'. = Compasso
Cons.'. de Fam.'. = Conselho de Família
Delt.'. Rad.'. = Delta Radiante
Diac.'. = Diácono
Entr.'.CCol.'. = Entre Colunas
Esp.'. = Espada
Esp.'.Flam.'. = Espada Flamejante
Estr.'. = Estrela
Estr.'.Flam.'.= Estrela Flamejante
Exp.'. = Experto
FF.'.dd.'.VV.'. = Filhos da Viúva
G.'.d.'. L.'. = Guarda da Lei
G.'.d.'.T.'. = Guarda do Templo
Gr.'.= Grande, ou grão
Gr.'.M.'. = Grão Mestre
Gl.'. = Glória
Hosp.'. = Hospitaleiro
Hospit.'. = Hospitalaria
In.'. = Iniciação
Ir.'. ou Irm.'. = Irmão
J.'. e P.'. = Justo e Perfeito
Livr.'. ou L.'. = Livro    (L.'. sozinho é mais para indicar a Luz)
L.'.da L.'. = Livro da Lei
L.'.das SS.'. EE.'. = Livro das Sagradas Escrituras
Loj.'. = Loja
Maç.'. = Maçom
Maçon.'. = Maçonaria
Maçon.'. Fil.'. = Maçonaria Filosófica
Maçon.'.Simb.'. = Maçonaria Simbólica
M.'. de CCer.'. = Mestre de Cerimônias
M.'.de Harm.'. = Mestre de Harmonia
M.'. I.'. = Mestre Instalado
M.'.M.'. = Mestre Maçom
N.'. = Nível
Obr.'. = Obreiro
Ob.'. = Obediência
Of.'. = Oficina
Ofic.'. = Oficial
Ord.'. = Ordem
Or.'. = Oriente
Orad.'. = Orador
Orat.'. = Oratória
Oc.'. = Ocidente
Pain.'. = Painel
P.'.de P.'. = Palavra de Passe
P.'.S.'.= Palavra Sagrada
P.'.Sem.'. = Palavra Semestral
P.'.M.'. = Past Master
P.'.M.'.I.'. = Past Master Imediato (mais recente)
P.'.Mos.'.= Pavimento Mosaico
Peç.'.de Arq.'. = Peça de Arquitetura
Pot.'. = Potência
Pr.'. = Prancha
Pranch.'. = Prancheta
Prof.'. = Profano
Prop.'. = Proposta
Perp.'.= Perpendicular
Q.'.P.'. = Quite-Placet
Reg.'. = Régua
Rit.'.= Ritualística
Rit.'. e Lit.'. = Ritualística e Liturgia
Sagr.'. = Sagração
Sal.'.dos PP.'.PPerd.'.= Sala dos Passos Perdidos
Seren.'. = Sereníssimo
Sess.'.Br.'.= Sessão Branca
Sess.'.Econ.'. = Sessão Econômica
Sess.'.Esp.'.= Sessão Especial
Sess.'.Magn.'. = Sessão Magna
Simb.'. = Símbolo
Secret.'.= Secretaria
Secr.'.= Secretário
Sin.'. = Sinal
Sin.'.de Ord.'. = Sinal de Ordem
Saud.'. = Saudação
Sin.'.Gut.'. = Sinal Gutural
Sin.'.Cord.'. = Sinal Cordial
Sin.'. Ventr.'. = Sinal Ventral
Sin.'. Pen.'.= Sinal Penal
Sob.'. = Soberano
Sob.'.Gr.'.Com.'.= Soberano Grande Comendador
Subl.'.Ord.'. = Sublime Ordem
T.'.de Del.'.  ou  T.'.de D.'.= Tábua de Delinear
Telh.'. = Telhar
Telhad.'. = Telhador
T.'.de J.'. = Templo de Jerusalém
Tr.'. = Tronco
Traç.'. = Traçado
Tr.'.de Benef.'. = Tronco de Beneficência
Tr.'.GGr.'.LL.'.EEmblem.'.= Três Grandes Luzes Emblemáticas
Tr.'.Fr.'.Abr.'. = Tríplice Fraternal Abraço
Triang.'. = Triângulo
Tr.'.de Sol.'. = Tronco de Solidariedade
Trolh.'. = Trolhar
Un.'. = Universo
V.'.M.'. = Venerável Mestre
Vig.'. = Vigilante
Além dessas palavras, rigorosamente de acordo com a regra número um, para  abreviaturas, existem certas locuções que, embora em desacordo com a referida regra, foram consagradas pelo uso, tais como:
G.'.A.'.D.'.U.'. = Grande Arquiteto do Universo; o correto Seria Gr.'.A.'.do U.'., ou  Gr.'.Arq.'.do Un.'..  Antigos impressos maçônicos registram Gr.'.Arch.'.do Un.'. (na ortografia antiga, e de maneira absolutamente correta; mais modernamente é que surgiu a forma incorreta).
À.'.G.'.D.'.G.'.A.'.D.'.U.'. = À Glória do Grande Arquiteto do Universo; a abreviatura é duplamente incorreta: primeiramente, porque coloca os três pontos depois da “`a”, onde não houve corte de palavra; e segundo, porque a abreviatura correta de Glória é Gl.'.(assim como de Grande é Gr.'.). Desta maneira, o correto seria: À Gl.'.do Gr.'.A.'.do U.'., ou À Gl.'.do Gr.'.Arq.'.do Un.'..
T.'.e F.'.A.'. = Tríplice e Fraternal Abraço; a abreviatura é incorreta, pois o certo seria Tr.'.e  Fr.'.Abr.'. (abreviatura  A.'. é mais utilizada para Altar).
 A.'.R.'.L.'.S.'. =  Augusta e Respeitável Loja Simbólica; a abreviatura é duplamente incorreta, porque elimina o “e”  e porque faz o corte da palavra “Augusta” entre duas vogais. Assim, o correto seria Aug.'. e R.'. L.'.S.'., ou Aug.'.e Resp.'.Loj.'.Simb.'. (esta última é mais certa, já que o “S” é mais reservado para “Sul” e  “L” para “Luz”).
Outras locuções, além de algumas já citadas na relação inicial, totalmente corretas são:
S.'.F.'.U.'.= Saúde, Força, União.
A.'.V.'.L.'.= Ano da Verdadeira Luz (embora o certíssimo fosse A.'.da V.'.L.'.).
A.'.L.'.= Anno Lucis.  (Ano da Luz)
E.'.V.'.= Era Vulgar.
T.'.S.'.= Taça Sagrada.
A.'.R.'.= Arte Real.
R.'.E.'.A.'.A.'.= Rito Escocês Antigo e Aceito (embora o certíssimo fosse R.'.E.'.A.'.e A.'.).
L.'.de S.'.J.'.= Loja de São João (alguns grafam L.'.S.'.J.'., forma não corretíssima, pela falta do “de”).
L.'.J.'.P.'.R.'.= Loja Justa, Perfeita e Regular (o correto seria L.'.J.'.P.'.e R.'.).
Q.'. de O.'.= Quadro de Obreiros.
T.'.J.'. e P.'.= Tudo Justo e Perfeito.
De N.'.a S.'., do Or.'.ao Oc, do Z.'.ao N.'.= De Norte a Sul, do Oriente ao Ocidente, do Zênite ao Nadir.
MM.'.IIr.'.C.'.T.'.M.'.R.'.= Meus Irmãos como tal me reconhecem.
C.'.do M.'.= Câmara do Meio.
L.'.I.'.Fr.'.= Liberdade, Igualdade, Fraternidade (a forma L.'.I.'.F.'.é errada).
T.'.do R.'.S.'.= Templo do Rei Salomão.
S.'.F.'.B.'.= Sabedoria, Força, Beleza.
S.'.S.'.S.'.= Salus, Sapientia, Stabilitas (locução latina, que significa Saúde, Sabedoria e Firmeza, ou Estabilidade). 


Dicionário de Termos Maçônicos - José Castellani

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O desvelar da Maçonaria

O desvelar da Maçonaria ao mundo exterior, só pode ser, na minha opinião de Homem Livre e de Bons Costumes um atentado a todos os Construtores do Templo.


Desde o primórdio da maçonaria , tal como se entende nos dias de hoje (pois, o limite, a fronteira, da maçonaria Operativa e a maçonaria simbólica é quase impossível de traçar), a construção do Templo sempre foi feita do “Interior do Ovo” para o Exterior. Assim, como uma célula que compões um Organismo Vivo a maçonaria tem um papel “In Vitro” muito importante, quando protegida dos Elementos exteriores a esse mesmo organismo.

A passagem do Rito, é na maçonaria, o testemunho dos Tempos, e com ele o garante, que cada Obreiro é portador do Silêncio. É a promessa da busca da palavra Perdida, é o Trabalho não Secreto mas discreto da Maçonaria Universal -

Em analogia aos Eternos Amantes - “O amor quando anunciado a muitos perde o mistério do verdadeiro amor revelado em segredo…”

A Abertura dos Portões do Templo de Salomão ao mundo Profano, cegará aqueles que não estão ainda preparados para receber a Luz, inundará de calor todos aqueles que ainda não compreendem o Astro Rei.

Nos tempos conturbados que correm a maçonaria desempenha cada vez mais um papel de suma importância no globo. Quebrar o eixo que separa a razão da emoção ,é desequilibrar os dois pratos de uma balança...

Carta anónima

domingo, 23 de outubro de 2011

Breve Resumo Implantação República em Portugal



Na noite de 4 para 5 de Outubro de 1910 eclodiu em Lisboa um movimento revolucionário, que culminaria com a proclamação da República em Portugal. O rei D. Manuel 2º, que nessa noite oferecera um banquete em honra do Presidente da República do Brasil (Dr. Afonso Pena), no Palácio das Necessidades (hoje Ministério dos Negócios Estrangeiros). Foi aí que o monarca português foi surpreendido pelo inesperado acontecimento. Enquanto o ilustre visitante, assustado com o tiroteio, corria a refugiar-se no seu navio São Paulo, o rei permaneceu no palácio, procurando entrar em contacto com o seu Governo. Foi então que soube que diversos regimentos, entre eles o de Artilharia 1, tinham aderido já ao movimento. No Regimento de Infantaria 16, havia também alguns aderentes que, abrindo as portas aos civis e matando o coronel Pedro Celestino da Costa e o capitão Barros, acabaram por sair para a rua, dando vivas à república, e dirigindo-se a Artilharia 1, onde o povo também entrara. Este regimento fora o centro da revolução, que se estendia agora ao Bairro de Alcântara. Um grupo de civis, dirigiu-se para o Quartel da Marinha, quase em frente do Palácio das Necessidades, onde os marinheiros aguardavam os civis, tendo o comandante do corpo de marinheiros sido ferido, ao tentar baldadamente evitar a rebelião. Entretanto, os membros da comissão revolucionária estavam reunidos em casa de Inocêncio Camacho. A revolução estalava por todos os lados, tanto nos regimentos como na rua. Muitos civis armados batiam-se corajosamente. Do lado do Governo, tudo era indecisões, não tomando medidas concretas. Apenas o capitão Paiva Couceiro, com os seus soldados, aparecia a dar combate aos revoltosos. O tiroteio continuava, cada vez mais vivo. O Governo, desorientado, pediu pelo telefone a D. Manuel 2º que retirasse para Mafra, onde se lhe juntou, no dia seguinte, a rainha-mãe, D. Amélia de Orleans e Bragança, que estava no Palácio da Pena, em Sintra. Às duas horas da tarde, chegou a Mafra a notícia da proclamação da República em Lisboa e a constituição do governo provisório, presidido pelo Dr. Teófilo Braga. A revolução republicana triunfara. A Família Real dirigiu-se para a Ericeira e embarcou para Gibraltar onde um barco de guerra inglês os transportou até ao exílio, em Inglaterra.
     A revolução correu todo o País e, dentro em pouco, sem grandes resistências, a República era proclamada em todas as capitais de distrito.

No  reinado de D. Carlos...
      No sistema governativo que o liberalismo havia implantado em Portugal, o "rei reinava mas não governava". O poder legislativo, representado pelo Parlamento, dominava o poder executivo e reduziu ao rei a simples chefe da Nação, mas chefe sem iniciativa alguma. O seu papel limitava-se a chamar os ministros ao poder, de harmonia com as indicações parlamentares. As lutas partidárias haviam, porém, comprometido o regime e lançado sobre ele o descrédito, visto que os partidos, envolvidos em contendas, cuidavam mais dos seus interesses do que dos interesses de Portugal e não tomavam as medidas que o país exigia. O rei D. Carlos, que via com desgosto esta situação, resolveu intervir e entrar no caminho das reformas que lhe pareciam urgentes. Para isso fechou o Parlamento e chamou ao poder João Franco, que se solidarizou com ele e iniciou a luta contra as instituições parlamentares. Os primeiros decretos ditatoriais, apesar da sua importância, provocaram ataques violentos contra o Governo. Os partidos, afastados do poder, iniciaram uma verdadeira luta contra a ditadura franquista, enquanto os republicanos, favorecidos pela situação, aproveitavam o momento para conquistar novos adeptos entre os descontentes.
     Os ódios avolumaram-se e levaram a uma conjura revolucionária em 28 de Janeiro de 1908. Esta conjura foi descoberta pela polícia, que prendeu numerosos republicanos de vulto. O desespero dos vencidos extravasou e arrastou-os a uma acção hedionda. No dia 1º de Fevereiro desse ano, quando a Família Real desembarcava no Terreiro do Paço (Lisboa), vinda de Vila Viçosa (Alentejo), o rei D. Carlos e o príncipe herdeiro, D. Luís Filipe, foram abatidos por um grupo de criminosos, que ainda feriram também o infante D. Manuel (mais tarde rei). Este crime monstruoso interrompeu bruscamente o reinado de D. Carlos 1º, tão glorioso nos faustos nacionais.

     Subiu então ao trono o infante D. Manuel, na altura apenas com 19 anos e que nunca sonhara vir a ser rei. Sem experiência política, aceitou a solução que lhe foi imposta, demitiu João Franco e organizou um ministério de concentração, com homens pertencentes a todos os partidos. Os ministros, porém, não deram importância às eleições que se realizaram. O resultado foi dividirem-se as opiniões, com o que ganharam apenas os republicanos, que enviaram ao Parlamento numerosos deputados. Renovaram-se as lutas partidárias e voltou-se à situação anterior. A administração do país tornou-se cada vez mais precária, a anarquia mais intensa, a desorganização mais clara e deplorável. D. Manuel 2º procurou baldadamente deter a derrocada que ameaçava a Monarquia. E como o problema social se agravara, tentou melhorar a situação dos operários, pensou na criação de uma Repartição do Trabalho, chamou a Portugal o sociólogo Leão Poindard para estudar a vida do país e propor as medidas a adoptar. Estas iniciativas e outras a que se consagrou não acalmaram os espíritos nem diminuíram o mau-estar da sociedade portuguesa. Os republicanos intensificaram a propaganda, multiplicaram as sociedades secretas, conquistaram adeptos nos meios militares e civis, compraram armamento e prepararam-se para a revolução.
No dia 5 de Novembro de 1910 foi implantada a República Portuguesa

Governo Provisório
Proclamada a República no dia 5 de Outubro de 1910, foi organizado um governo Provisório, presidido pelo Dr. Teófilo Braga, que tinha atribuições de Chefe de Estado. Desse ministério faziam parte: Bernardino Machado, António José de Almeida, Afonso Costa, Correia Barreto, Basílio Teles, Azevedo Gomes e António Luís Gomes.
As raízes do republicanismo português, encontram-se já na corrente esquerdista das Cortes Gerais de 1820, e depois, com progressiva evidência, na ideologia setembrista e na Patuleia, tendo por ideia-base o governo pelo e para o povo. Resultou essencialmente , da frustração em relação em relação à política dos monárquicos constitucionais e à sua relutância em levar a cabo medidas inovadoras por receio de que isso pusesse em causa os interesses que detinham. Em 1820 muitos políticos e intelectuais portugueses consideraram, por isso, que só a concretização dos ideais republicanos viabilizaria as mudanças necessárias. Tal perspectiva saiu reforçada com a implantação da República em Espanha, em 1868 e em França em 1870, com a Comuna de Paris em 1871, as lutas entre os partidários da monarquia e a divulgação de ideias socialistas. Depois das primeiras tentativas, nos anos 70, de formação de um partido republicano, só em 1880 se unem as várias tendências e se publica o primeiro programa do então chamado Partido Republicano Unitário. As comemorações do 3º centenário da morte de Camões em 1880 irão ter um papel fundamental na expansão do republicanismo e na consolidação do seu ideário expresso na publicação do manifesto-programa que irá vigorar até à implantação da República.
O derrube da Monarquia, iminente desde 1906, e apesar do fracasso de 1908, viria a resultar do empenho dos chefes do Partido Republicano, sempre à frente dos acontecimentos e da iniciativa política, da Maçonaria e da Carbonária, com pelo menos a conivência dos dissidentes progressistas. António José de Almeida, Afonso Costa e Bernardino Machado estiveram na sua direcção política; Luz de Almeida, António Maria da Silva e Machado Santos, na agitação civil; Cândido dos Reis, Machado Santos e Miguel Bombarda na acção militar, tendo o primeiro assumido a chefia e despoletado os acontecimentos de 4 de Outubro de 1910 – a dada altura da luta, julgando a causa perdida, suicidou-se. Machado Santos, crente no crescente apoio popular, na medida da sua resistência às forças monárquicas fragilizadas, entrincheirou-se na Rotunda com os seus poucos homens, acabando por sair vencedor. José Relvas proclamou às nove horas da manhã de 5 de Outubro de 1910, do edifício dos Paços do Concelho de Lisboa.
Portugal é uma República, cuja soberania, una e indivisível, reside no povo, que a exerce segundo as formas previstas na respectiva Constituição. Os órgãos de soberania da República Portuguesa são o Presidente da República, a Assembleia da República, o Governo e os Tribunais.
As lutas políticas que se seguiram à proclamação da República produziram grande intranquilidade na sociedade portuguesa. Em Janeiro de 1915, por causa da transferência de certos membros do exército, a oficialidade de Lisboa, protestou e entregou as espadas ao Presidente da República. Passados dias, o general Pimenta de Castro constituiu um ministério quase todo composto de militares e inaugurou um governo de ditadura, de acordo com o Presidente, Dr. Manuel de Arriaga. Mas os partidos, vendo-se afastados do poder, fizeram em 14 de Maio uma revolução e triunfaram e, o Dr. Manuel de Arriaga foi forçado a resignar.
Em 5 de Dezembro de 1917, o major Sidónio Pais, antigo professor da Universidade de Coimbra e ministro de Portugal em Berlim, após uma revolução vitoriosa, constituiu um governo conservador, e, pouco depois, foi eleito Presidente da República. Desejoso de pacificar a família portuguesa e acabar com a desordem política, tomou medidas notáveis de governo e reprimiu a anarquia administrativa.
Estas providências não fizeram desaparecer os ódios partidários, ódios que tiveram como desfecho o assassinato de Sidónio Pais, no dia 14 de Dezembro de 1919, na Estação do Rossio, em Lisboa.
Depois deste acontecimento, os partidos políticos voltaram ao poder, mas não conseguiram evitar a continuação das desordens nas ruas, no Parlamento, nos serviços administrativos.
No dia 28 de Maio de 1926, rebentou em Braga um novo movimento revolucionário, dirigido pelo general Gomes da Costa, que se propunha terminar com as lutas políticas que perturbavam a vida da Nação.
Este movimento teve apoio unânime das forças de terra e mar, alastrou por todo o País e terminou por uma vitória retumbante, coroada pela entrada triunfal de Gomes da Costa em Lisboa. Instituiu-se um governo nacional e começou um novo período da República.
Em 25 de Dezembro de 1928, o marechal Óscar Carmona, chefe do governo desde de Julho de 1926, foi eleito Presidente da República. Em 27 de Abril do mesmo ano, tomou posse de ministro das Finanças o Dr. Oliveira Salazar (professor da Universidade de Coimbra). Estes dois homens criam o chamado Estado Novo, que na opinião de Salazar: “(…) estabelece a paz, assegura firmemente a ordem, saneia a atmosfera moral, cerca de dignidade a acção política, firma o crédito do Estado”.
A Constituição de 1933: “ (…) Nação portuguesa constitui um Estado independente, cuja soberania só reconhece como limites, na ordem interna, a moral e o direito, e na internacional, os que derivam das convenções ou tratados livremente celebrados ou do direito consuetudinário livremente aceite. A soberania reside em Nação e tem por órgãos o Chefe de Estado, a Assembleia Nacional, o Governo e os Tribunais.
O Chefe de Estado é o Presidente da República, eleito por sete anos, pela Nação. Compete-lhe: - Nomear e demitir o Presidente do Conselho e os ministros; marcar o dia para as eleições; convocar e dissolver a Assembleia Nacional; promulgar e fazer publicar as leis; etc.
À Assembleia Nacional, composta de deputados eleitos por quatro anos, compete fazer as leis, interpretá-las, suspendê-las e revogá-las; tomar as contas respeitantes a cada ano económico; aprovar as convenções internacionais; etc. Tem como órgão auxiliar a Câmara Corporativa, composta por técnicos especializados nos diversos serviços, os quais devem dar parecer sobre todas a propostas e projectos de lei que forem apresentados à Assembleia Nacional.
O Governo, constituído pelo Presidente do Conselho e ministros, referenda os actos do Presidente da República, faz decretos-leis, superintende no conjunto da administração pública, etc.
Os Tribunais são compostos por juízes irresponsáveis nos seus julgamentos.
Nesta Constituição foi integrado o Acto Colonial, que regula a administração das províncias ultramarinas, define direitos e garantias dos indígenas, trata da economia e finanças das colónias, etc.
Óscar Carmona, confiou plenas poderes a Salazar, que foi senhor absoluto do País de 1932 a 1968. desenvolveu um planeamento económico que não resolveu o problema social – a imigração dos trabalhadores portugueses acelerou-se a partir de 1960 – e reduziu ao silêncio toda a oposição política. A partir de 1959, sobretudo, sinais mais fortes de descontentamento passaram a manifestar-se, embora toda a tentativa de rebelião fosse impiedosamente esmagada. Por outro lado, enquanto as potências coloniais davam início à descolonização do seu império, Portugal, com Salazar, permaneceu apegado ao seu império de além-mar, em grande parte africano. Dois anos antes de sua morte em 1970, doente, Salazar foi substituído por Marcelo Caetano.
Estava-mos a 24 de Abril de 1974 …

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Chemin de vie, chemin de connaissance...

Chemin de vie, chemin de connaissance, Um livro de Willy Raemakers, Grão Mestre Mundial da Ordem Internacional do Rito Antigo e Primitivo Memphis Misraim.